O IDEAL MODERNO CONTRA AS ESPÉCIES COMPANHEIRAS ANALISANDO O CASO DO POMBAL DA PRAÇA DOS TRÊS PODERES
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Resumo
Este artigo investiga o caso do pombal da Praça dos Três Poderes, em Brasília, como ponto de tensão entre o ideal moderno de assepsia urbana, expressado na arquitetura de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e a persistente presença dos pombos como espécies companheiras. O objetivo é discutir como a instalação do pombal desafia simbolicamente os princípios do urbanismo moderno. A pesquisa adota uma abordagem interdisciplinar, com base em estudos urbanos, arquitetura, história e estudos animais, analisando registros de jornais e bibliografia crítica. Os dados revelam que os pombos, outrora aliados humanos, foram transformados em espectros urbanos a partir da consolidação do projeto modernista. Conclui-se que o pombal representa uma fissura simbólica no discurso racionalista e pode servir como ferramenta pedagógica para o ensino das epistemologias contemporâneas, que reconhecem a coabitação interespécie no espaço urbano.
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