DEVIR COM OS VÍRUS NO ANTROPOCENO DIVULGAÇÕES CIENTÍFICAS MENORES EM MESAS DE TRABALHO
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Resumo
Buscamos, neste artigo, apresentar modos como a existência dos vírus pode afetar a divulgação científica, tangenciando diálogos com a educação e o ensino de ciências e biologia. Pressupomos que eles são “espécies companheiras” dos humanos e experimentamos a metodologia das mesas de trabalho como práticas menores de aprender, ensinar e comunicar com os vírus. A partir de mesas de trabalho com os vírus, mobilizamos escritas em fabulações especulativas. Aliamo-nos a Deleuze e Guattari, Preciado, Haraway, Tsing e Carstens para pensar o menor e fabular com os vírus possíveis ciências, artes, educações e comunicações abertas a devires. Concluímos que, ao invés das lógicas educacionais e comunicantes baseadas na denúncia e no julgamento, que tomam esses seres como uma ameaça a ser combatida e eliminada, precisamos pensar, sentir e imaginar a convivência com nossos companheiros virais, e como as imagens e palavras podem nos contagiar ao fazer parte de simbioses políticas ativas.
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