BIONARRATIVAS SOCIAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES COMO POSSIBILIDADES ÀS EMERGÊNCIAS CLIMÁTICAS E SOCIOAMBIENTAIS
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Abstract
Crises climáticas e socioambientais configuram-se como temerosas realidades da nossa era. Capitaloceno e Antropoceno são algumas expressões utilizadas para caracterizar tais efeitos nefastos que ocorrem na modernidade. Diante de tais premissas, neste texto, tenho como objetivo compreender de que maneira a construção de bionarrativas sociais (BIONAS) pode apresentar-se como uma estratégia em potencial na formação de professores, de modo a abrir margens a outras formas de pensar (sobre) o Ensino de Ciências e Biologia e a respeito das relações com a natureza. Para isso, apresento o processo de mediação e construção de recursos educacionais na formação inicial de professores e mobilizo autores que refletem sobre a necessidade de alterarmos os modos como nos relacionarmos com a natureza. Com base em discussões que pautam-se em uma polifonia de vozes na relação indissociável entre teoria e prática, concluo que as BIONAS configuram-se como uma potente estratégia de ensino, possibilitando o emergir de histórias de vida, afetividades e autoconhecimento, bem como rompem com a histórica dualidade “ser humano-natureza”.
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