UMA ETNOGRAFIA DE TELA DO FILME WALL-E NO ENSINO DE BIOLOGIA A PARTIR DA TEORIA ATOR-REDE E DA FABULAÇÃO PEDAGÓGICA NO ANTROPOCENO
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Resumo
Diante dos desafios impostos pelo Antropoceno, este artigo propõe uma análise do filme Wall-E (2008), da Pixar, como artefato pedagógico no ensino de Biologia, com base em uma etnografia de tela. O filme, ao retratar uma Terra devastada pela ação humana, oferece uma narrativa sensível e potente para discutir temas como ecologia, biodiversidade e impactos antrópicos. Ancorado na educação ambiental crítica, na educação científica crítica e na Teoria Ator-Rede, o estudo compreende a aprendizagem como um processo relacional, situado e atravessado por humanos e não humanos. A partir de uma perspectiva pós-crítica, o cinema é abordado como linguagem formativa, que articula conhecimento, ética e imaginação. Ao acompanhar cenas e materialidades do filme, identificam-se potências pedagógicas, que convocam o espectador a repensar formas de habitar o mundo. Propõe-se, assim, possibilidades de trabalho em sala de aula, que valorizem a fabulação, a sensibilidade e o pensamento crítico.
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