QUANDO A ESCOLA ESCUTA A FLORESTA CARVOARIA, ENSINO E JUSTIÇA AMBIENTAL NO ANTROPOCENO
Contenido principal del artículo
Resumen
¿Qué saberes emergen cuando la escuela escucha al bosque? Esta pregunta atraviesa el texto como hilo conductor. El artículo resulta de una etnografía realizada en Matina, en el sertón bahiano, donde la producción de carbón vegetal revela heridas ambientales, memorias silenciadas y prácticas de resistencia. Al acoger estas narrativas, la escuela se transforma en un espacio de elaboración y vínculo con el territorio. Inspirados por Tim Ingold, Vinciane Despret, Donna Haraway, Anna Tsing y Bruno Latour, los autores problematizan la enseñanza de Ciencias como un gesto de escucha y corresponsabilidad en el Antropoceno. La carbonería, como práctica marcada por la subsistencia y la devastación, aparece en el texto como un operador relacional de saberes, prácticas y conflictos, para pensar la justicia socioambiental y la reconfiguración de los lazos entre humanos y más-que-humanos. El carbonero es descrito como aquel que provoca otro modo de enseñar: arraigado, vacilante y ético. Se trata de sostener el extrañamiento al habitar las heridas del Antropoceno.
Descargas
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Citas
ACSELRAD, Henri. Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Fundação Heinrich Böll, 2004. ISBN 978-85-7316-358-2.
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecília Campello do Amaral; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009. ISBN 978-85-7617-159-1.
ANDRÉ, Marli Elisa Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus, 1995.
BOURDIEU, P. O camponês e seu corpo. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 26, p. 83-89, 2006.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 10 out. 2024.
COSTA, Maria Cristina Castilho. Etnografia de arquivos: entre o passado e o presente. Matrizes, São Paulo, v. 3, p. 171–186, 2010. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/download/38263/41064/0. Acesso em: 7 ago. 2025.
CRUZ, Elizeu Pinheiro da. Plantas em mãos habilidosas e em modos específicos de ver: uma etnografia em cenários botânicos. Vivência – Revista de Antropologia, Natal, v. 1, n. 54, p. 173–191, 2020a. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/17713. Acesso em: 7 ago. 2025.
CRUZ, Elizeu Pinheiro da. Quando biólogos olham para os bichos: caatinga, ecologia e zoologia entre vida, trabalho e morte. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 26, n. 57, p. 115–144, 2020b. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/MXZ6k7yGJSQXQCqV2kLzm7M/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 7 ago. 2025.
CRUZ, Elizeu Pinheiro da; LEÃO, Gabriel de Jesus Leão; DOURADO, Robson de Cássio Santos Dourado. Represamento de violência em modos de habitar territórios de mineração. Etnografías Contemporáneas, [S. l.], v. 10, n. 19, 2024. Disponível em: https://revistasacademicas.unsam.edu.ar/index.php/etnocontemp/article/view/1788. Acesso em: 5 ago. 2025.
DESPRET, Vinciane. Leitura etnopsicológica do segredo. Fractal: Revista de Psicologia, v. 23, n. 1, p. 5–28, abr. 2011.
GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995.
HARAWAY, Donna. Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: making kin. Environmental Humanities, v. 6, n. 1, p. 159–165, 2015. Tradução de Susana Dias, Mara Verônica e Ana Godoy – Antropoceno, Capitaloceno, Plantationoceno, Chthuluceno: fazendo parentes. ClimaCom – Vulnerabilidade, Campinas, ano 3, n. 5, 2016. Disponível em: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/antropoceno-capitaloceno-plantationoceno-chthuluceno-fazendo-parentes/. Acesso em: 10 jul. 2025.
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthluceno. São Paulo: N-1 Edições, 2023. Disponível em: https://n-1edicoes.org/publicacoes/ficar-com-o-problema-fazer-parentes-no-chthluceno/. Acesso em: 27 jul. 2024.
INGOLD, Tim. Antropologia e/como educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020.
INGOLD, Tim. O dédalo e o labirinto. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 21, n. 44, p. 21–36, jul. 2015.
LATOUR, Bruno. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Tradução de Maryalua Meyer. 1. ed. 2020a. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/13RHL1cfyDVOiHJKfq9IJOM3cnQevWm1U/view. Acesso em: 20 maio 2023.
LATOUR, Bruno. Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno. Tradução de Marcela Vieira. Rio de Janeiro: Bazar Tempo, 2020b.
LATOUR, Bruno. Para distinguir amigos e inimigos no tempo do Antropoceno. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 57, n. 1, p. 11–31, 2014. DOI: 10.11606/2179-0892.ra.2014.87702. Disponível em: https://revistas.usp.br/ra/article/view/87702. Acesso em: 30 jul. 2025.
LATOUR, Bruno. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Tradução de Carlos Aurélio Mota de Souza. Bauru: EDUSC, 2004.
MATINA. Documento Referencial Curricular Municipal de Matina-BA. Diário Oficial, Matina, 21 dez. 2020.
PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 20, n. 42, p. 377–391, dez. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/n8ypMvZZ3rJyG3j9QpMyJ9m/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 14 jan. 2024.
RABELO, Miriam. Considerações sobre a ética no candomblé. Revista de Antropologia, São Paulo, Brasil, v. 59, n. 2, p. 109–130, 2016. DOI: 10.11606/2179-0892.ra.2016.121935. Disponível em: https://revistas.usp.br/ra/article/view/121935. Acesso em: 24 ago. 2025.
SANDRONI, Laila T.; CARNEIRO, Maria José T.. “Conservação da biodiversidade” nas ciências sociais brasileiras: uma revisão sistemática de 1990 a 2010. Ambiente & Sociedade, v. 19, n. 3, p. 21–46, jul. 2016.
STENGERS, Isabelle. Introductory notes on an ecology of practices. Cultural Studies Review, v. 11, 1, p. 183-196, 2005.
TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Edição de Thiago Mota Cardoso; Rafael Victorino Devos. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.