“MAS TINHA QUE RESPIRAR” UM MANTRA PARA ADIAR O FIM DO MUNDO

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Isadora Freitas-Oliveira
Carolina Pontes Silva

Resumo

O presente ensaio propõe uma discussão sobre o papel da educação científica frente às diversas crises da atualidade, especialmente as socioambientais. Potencializada pelo capitalismo, a crise planetária e suas múltiplas dimensões afetam diferencialmente os seres vivos, a depender de sua raça, gênero, classe e até mesmo de sua espécie. Para tais reflexões, fazemos alusão a uma das atividades mais fundamentais para a maioria dos seres vivos: a respiração; e debruçamo-nos sobre os efeitos dessas crises sobre a vida, foco de estudo da biologia. Examinando as raízes sócio-históricas que nos trouxeram ao Capitaloceno, partimos em busca de outros caminhos de cuidado e bem viver. Nessa busca por respostas na educação científica, adotamos as pedagogias feministas e contracoloniais, assim como a educação ambiental crítica, a fim de promover a emancipação da vida e a justiça socioambiental.


 

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Como Citar
Freitas-Oliveira, I., & Pontes Silva, C. (2025). “MAS TINHA QUE RESPIRAR”: UM MANTRA PARA ADIAR O FIM DO MUNDO. Revista De Ensino De Biologia Da SBEnBio, 18(nesp.1), 82–102. https://doi.org/10.46667/renbio.v18inesp.1.1977
Seção
Dossiê Temático: Ensino de Biologia diante do Antropoceno: fabulando respostas, experimentando caminhos

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