O CHAMADO DO CHTHULUCENO FABULAÇÕES ESPECULATIVAS E ENSINO DE BIOLOGIA
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Diante das devastações do Antropoceno, é possível nos engajarmos em colaborações com os seres mais que humanos e suas diversas ontologias a fim de resistirmos juntos às catástrofes que se anunciam e imaginarmos outras estórias possíveis para o mundo? Neste artigo, tomamos as teias multiespécies do Chthuluceno e as fabulações especulativas de Donna Haraway (2023) como convocações para pensarmos em biologias mais atentas à alteridade dos seres ctônicos e às coexistências que permitiram o estabelecimento das diferentes formas de vida ao longo da estória evolutiva da/na Terra. Assim, discutimos sobre os desdobramentos de uma oficina de escrita fabulativa realizada com licenciandos em biologia, despertando reflexões quanto aos vários mundos que vieram a existir através da criação de estórias que conjugam saberes biológicos às múltiplas formas dos seres habitarem as ruínas do planeta. Pensamos nas fabulações especulativas como potencializadoras de imaginações, permitindo que vislumbremos refúgios em tempos de colapso ecológico.
Downloads
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Referências
CHAKRABARTY, Dipesh. A significância humana do Antropoceno. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; SALDANHA, Rafael Mófreita; DANOWSKI, Déborah. (org). Os mil nomes de Gaia: do Antropoceno à idade da Terra: volume 2. Rio de Janeiro: Editora Machado, 2023.
COSTA, Alyne. O Antropoceno é o nosso tempo. In: MOULIN, Gabriela; MARQUEZ, Renata; ANDRÉS, Roberto; CANÇADO, Wellington. (org.). Habitar o Antropoceno. Cosmópolis: BDGM Cultural, 2022.
FAUSTO, Juliana. A cosmopolítica dos animais. São Paulo: N-1 Edições, 2020.
GUIMARÃES, Leandro Belinaso. A nau incendiária da ficção. In: Mirian Celeste Martins; Alessandra Ancona de Faria; Lucia Maria Salgado dos Santos Lombardi. (Orgs.). Formação de Educadores: contaminações interdisciplinares com arte na pedagogia e na mediação cultural. São Paulo: Terracota Editora, v. 1, p. 44-53, 2019.
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno. Tradução: Ana Luiza Braga. São Paulo: n-1 edições, 2023.
HARAWAY, Donna. O manifesto das espécies companheiras: cachorros, pessoas e alteridade significativa. Tradução: Pê Moreira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
KRENAK, Ailton. Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LATOUR, Bruno. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Tradução: Maryalua Meyer. Rio de Janeiro: Ubu Editora, 2020a.
LATOUR, Bruno. Onde Aterrar? Tradução: Marcela Vieira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020b.
LE GUIN, Ursula K. Finding My Elegy: new and selected poems, 1960-2010. New York: Houghton Mifflin Harcourt, 2012.
LE GUIN, Ursula K. Floresta é o nome do mundo. Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: Editora Morro Branco, 2020.
LEHG - Laboratório de Epistemologia e História da Geografia. Em votação, cientistas negam que estejamos no Antropoceno, a época geológica dos humanos. Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2024. Disponível em: https://www.ige.unicamp.br/lehg/em-votacao-cientistas-negam-que-estejamos-no-antropoceno-a-epoca-geologica-dos-humanos/. Acesso em 18/08/2025.
PEREIRA, Ana Paula Valle. Estórias fúngicas entrelaçando escritas com outros seres por uma ciência lenta. Revista Alegrar, n. 35, p. 36-46. 2025.
RANNIERY, Thiago. Vem cá, e se fosse ficção? Práxis Educativa, v. 13, n. 3, p. 982-1002. 2018.
SANTOS, Antônio Bispo. Somos da terra. Revista Piseagrama, n. 12, p. 44-51, 2018.
SILVEIRA, Eduardo. Encontros com Riobaldo e as biodiversidades textuais no ensino de biologia. Espacios Transnacionales, v. 3, p. 32-40. 2015.
TSING, Anna Lowenhaupt. O Antropoceno mais que Humano. Ilha – Revista de Antropologia, v. 25, n. 1, p. 176-191. 2021.
TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.
VIERA, Túlio; GOMES, Maria Margarida. Currículo Interespécies: o confinamento de animais no ensino de Biologia. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, v. 16, p. 1167-1188. 2023.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A revolução faz o bom tempo: utopia e entropia. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo; SALDANHA, Rafael Mófreita; DANOWSKI, Déborah. (org). Os mil nomes de Gaia: do Antropoceno à idade da Terra: volume 2. Rio de Janeiro: Editora Machado, 2023.