Ensino Fundamental na BNCC o estruturalismo e o pós-estruturalismo no eixo vida e evolução das Ciências da Natureza
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A Base Nacional Comum Curricular é o documento curricular em vigência no país. Frente a controvérsias, a BNCC vem sendo discutida sob diferentes óticas científicas e filosóficas. Neste artigo, objetivou-se caracterizar o estruturalismo e o pós-estruturalismo enquanto elementos curriculares nos objetos de conhecimento e habilidades do eixo Vida e Evolução, das Ciências da Natureza, na BNCC. Através da análise de conteúdo verificou-se o predomínio da perspectiva estruturalista com foco no caráter empírico. A baixa aderência do caráter sinóptico, que promove a construção de novos saberes, reflete o papel escolar de reprodução de conceitos pré-estruturados, intensificando discursos lineares científicos. A construção de novos saberes nas Biociências ocorre na superação do processo científico como absoluto, ao reconhecer subjetividades no conhecimento biológico.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Referências
AGUILAR, M. A. B.; GONÇALVES, J. P. Conhecendo a perspectiva pós-estruturalista: um breve percurso de sua história e propostas. Conhecimento Online, v. 1, p. 36-44, 2017.
ALMEIDA, A. M. R.; EL-HANI, C. N. Um exame histórico-filosófico da biologia evolutiva do desenvolvimento. Scientiae Studia, v. 8, n. 1, p. 9-19, 2010.
ARCHER, L. Estruturalismo Biológico. Revista Portuguesa de Filosofia. p. 253-267, 1971.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 3ª reimp. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRANCO, E. P.; BRANCO, A. B. G.; IWASSE, L. F. A.; ZANATTA, S. C. Uma visão crítica sobre a implantação da Base Nacional Comum Curricular em consonância com a Reforma do Ensino Médio. Debates em Educação, v. 10, n. 21, p. 47-70, 2018.
BRANCO, A. B. G.; BRANCO, E. P.; IWASSE, L. F. A.; NAGASHIMA, L. A. Urgência da reforma do Ensino Médio e emergência da BNCC. Revista Contemporânea de Educação, v. 14, n. 29, p. 1-19, 2019.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos. Brasília: MECSEF, 1998.
BRASIL. A Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, 2018.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
CÂMARA JR., J. M. Princípios de linguística geral. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1973.
COMPIANI, M. Comparações entre a BNCC atual e a versão da consulta ampla, item Ciências da Natureza. Ciências em Foco, v. 11, n. 1, p. 91-106, 2018.
DERRIDA, J. L’ecriture et la différence. Paris: Éditions du Seuil, 1967.
DERRIDA, J. De la grammatologie. Paris: Les Éditions de Minuit, 1967.
FONSECA, A. T. Kauffman e a teoria da evolução 'no limite do caos'. Filosofia e História da Biologia. v. 2, n. 1, p. 23-38, 2007.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. 5.ed. São Paulo: Loyola, 1996.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1974, c1969.
FREUD, S. O mal-estar na civilização. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, v. XXI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FRAANSEN, B. Laws and Symmetry. Claredon press (reprint). 2003.
HALL, S. A identidade cultural da pós-modernidade.10.ed. São Paulo: DP&A, 1998.
HALL, S. Estudios culturales y sus legados teóricos. In: s. RESTREPO, E.; WALSH, C.; VICH, V. (org.). Sin garantías: trayectorias y problemáticas en estudios culturales. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 2010.
HEIDDEGER, M. A essência do fundamento. Lisboa: Edições 70, 2007.
KAUFFMAN, S. Origins of order: self-organization and selection in evolution. New York: Oxford University Press, 1993.
LEITE, V. S. M.; MEIRELLES, R. M. S. Perspectivas curriculares sobre a temática gênero e sexualidade no ensino de ciências e biologia: controvérsias no PCN e na BNCC? Teias, v. 22, n. 1, p. 29-48, 2021.
LÉVI-STRAUSS, C. Estruturalismo e Crítica. In: COELHO, E. P. (org.). Estruturalismo: antologia de textos teóricos. São Paulo/Lisboa: Martins Fontes/Portugália, 1967.
LOPES, A. C. Teorias pós-críticas, políticas e currículo. Educação, Sociedade & Culturas, Porto: CIIE, n. 39, p. 7-23, 2013.
LORENZANO, P. J. Leis e Teorias em Biologia. In: ABRANTES, P. C. (org.) Filosofia da Biologia. Seropédica, RJ: PPGFIL-UFRRJ, 2018.
LYOTARD, J. F. Libidinal economy. Bloomington: Indiana. Continuum, 1974.
MACHADO, B. F. V. Saussure, o discurso e o real da língua: entre linguística e psicanálise. Alfa: Revista de Linguística, v. 55, n. 1, p. 271-286, 2011.
MARCONDES, M. E. R. As Ciências da Natureza nas 1ª e 2ª versões da Base Nacional Comum Curricular. Estudos Avançados, v. 32, n. 94, p. 269-284, 2018.
MARIANI, V. C. P.; SEPEL, L. M. N. Olhares docentes: caracterização do Ensino de Ciências em uma rede municipal de ensino perante a BNCC. RBECM, v. 3, n. 1, p. 48-75, 2020.
MARSIGLIA, A. C. G.; PINA, L. D.; MACHADO, V. O.; LIMA, M. A Base Nacional Comum Curricular: um novo episódio de esvaziamento da escola no Brasil. Germinal: Marxismo e Educação em Debate, v. 9, n. 1, p. 107-121, 2017.
MARQUES, M. R. X. Repensando e problematizando o estudo do corpo nas aulas de ciências e biologia. Caderno Marista de Educação, v. 7, 2010.
MENDES, C. M. Pós-Estruturalismo e a crítica como repetição. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 30, n. 88, 45-60, 2015.
MENDES, R. M.; MISKULIN, R. G. S. A análise de conteúdo como uma metodologia. Cadernos de Pesquisa, v. 47, p. 1044-1066, 2017.
MENDONÇA, D. Uma (breve) introdução ao pensamento pós-estruturalista. Paralelo 31, v. 15, p. 151-162, 2020.
MICHETTI, M. Entre a legitimação e a crítica: as disputas acerca da Base Nacional Comum Curricular. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 35, n. 103, p. 1-19, 2019.
MOREIRA, A. F.; SILVA, T. T. (org.) Currículo, Cultura e Sociedade. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2005.
MOSTERÍN, J. Conceptos y teorías en la ciência. 2. ed. Madrid: Alianza, 1987.
MOULINES, C. U. Pluralidad y recursión: estudios epistemológicos. Madrid: Alianza, 1991.
OLIVEIRA, M. B. Pós-estruturalismo e teoria do discurso: perspectivas teóricas para pesquisas sobre políticas de currículo. Revista Brasileira de Educação, v. 23. p. 1-18, 2018.
PEREIRA, H. R. A crise da identidade na cultura pós-moderna. Mental. v. 2, n. 2, p. 87-98, 2004.
PEREIRA, T. V. As contribuições do paradigma pós-estruturalista para analisar as políticas curriculares. Espaço do Currículo. v. 3, n. 1, p. 419-430, 2010.
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. São Paulo: Artmed Editora, 1ª ed. 1999.
PETERS, M. Pós-estruturalismo e filosofia da diferença. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
PIMENTEL, R.; MOREIRA-DOS-SANTOS, F. Sobre a Efetividade da Matemática nas Ciências Naturais: Uma abordagem Pragmática Estruturalista. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 42, 2020.
PINTO, D. M. Bergson, empirismo e espírito de sistema: entre subjetividade e ciência. Discurso. v. 49, n. 1, p. 31-53, 2019.
REICHENBACH, H. Relativitätstheorie und Erkenntnis A Priori. Berlin: Springer, 1920.
REICHENBACH, H. Elements of Symbolic Logic. New York: Macmillan, 1947.
ROCHA, N. F. E.; PEREIRA, M. Z. C. O que dizem sobre a BNCC? Produções sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no período de 2010 a 2015. Espaço do Currículo. v. 9, n. 2, p. 215-236, 2016.
SALES, L. S. Estruturalismo - história, definições, problemas. Revista de Ciências Humanas. n. 33, p. 159-188, 2003.
SANTOS, H. F. D. Gênese e memória do estruturalismo como paradigma de interpretação no discurso das ciências humanas no século XX. Revista de Letras, v. 1, n. 1, 2009.
SARTÓRIO, L. A. V. Apontamentos críticos às bases teóricas de Jean Piaget e a sua concepção de educação. Revista Eletrônica Arma da Crítica. v. 2, p. 205-226, 2010.
SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 27.ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In.: SILVA, T. T. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2005.
SILVA, T. T. Documentos de Identidade: Uma introdução às teorias do currículo. 3.ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
SIPAVICIUS, B. K. A.; SESSA, P. S. A Base Nacional Comum Curricular e a área de Ciências da Natureza: tecendo relações e críticas. Atas de Ciências da Saúde. v. 7, p. 3-16, 2019.
SOUZA, L.; DINIS, N. Discursos sobre homossexualidade e gênero na formação docente em biologia. Pro-Posições. v. 21, n.3, p. 119-134, 2010.
SUSSEKIND, M. L. A BNCC e no “novo” Ensino Médio: reformas arrogantes, indolentes e malévolas. Revista Retratos da Escola. v. 13, n. 25, p. 91-107, 2019.
WILLIAMS, J. Pós-Estruturalismo. Vozes: Petrópolis, 2. ed. 2013.