Política padrão, currículo e ensino de biologia quais caminhos para a diferença?
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Neste texto, debruço-me sobre o debate em torno da padronização curricular e a tentativa de fixação de sentidos para a aprendizagem da Biologia, por meio das Ciências Naturais, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Perspectivado por registros pós-estruturais do campo do currículo, busco discutir as implicações envolvidas na definição de um solo comum à aprendizagem em Biologia, em todo e qualquer contexto nacional. Argumento que a padronização das aprendizagens pode significar um empobrecimento do horizonte de possibilidades de criação para o currículo e o ensino de Biologia. Defendo que os caminhos para a diferença no currículo e no ensino de Biologia passam pela subversão interpretativa da política de identidade curricular nacional suscitada pela BNCC em seus aspectos pedagógicos.
Downloads
Detalhes do artigo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Referências
BALL, Stephen.; MAGUIRE, M.; BRAUN, A. Como as escolas fazem as políticas: atuação em escolas secundárias. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016.
BARZANO, Marco Antonio Leandro. Falar de si para escrever sobre os 25 anos da SBEnBIO: memórias, afetos e luta. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, [S. l.], v. 15, n. nesp, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.46667/renbio.v15inesp.788 . Acesso em: 15 de dez. 2022.
BIESTA, Gert. Para além da aprendizagem: educação democrática para um futuro humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
BIZZO, Nelio Marco Vincenzo; KAWASAKI, Clarice Sumi. 25 anos de SBEnBIO: fundação, momentos políticos e protagonismo. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, [S. l.], v. 15, n. nesp, 2022. Disponível em: https://renbio.org.br/index.php/sbenbio/article/view/797. Acesso em: 15 de dez. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 05 de jan. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Ensino Médio. Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 05 de jan. 2023.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
BURBULES, Nicholas. Uma gramática da diferença: algumas formas de repensar a diferença e a diversidade como tópicos educacionais. In: GARCIA, Regina Leite; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Currículo na contemporaneidade: incertezas e desafios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 175-206.
CARVALHO, Ítalo Nascimento; NUNES-NETO, Nei Freitas; EL-HANI, Charbel. Como Selecionar conteúdos de Biologia para o Ensino Médio? Revista de Educação, Ciências e Matemática, v. 1, n. 1, ago./dez. 2011. Disponível em: http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/view/1588. Acesso em: 5 de jan. 2023.
CONRADO, Dália Melissa; NUNES-NETO, Nei Freitas. (org.). Questões sociocientíficas: fundamentos, propostas de ensino e perspectivas para ações sociopolíticas. Salvador: EDUFBA, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/27202. Acesso em: 5 de jan. 2023.
DIAS, Rosanne Evangelista. Políticas de currículo e avaliação para a docência no espaço Iberoamericano. Práxis Educativa, v. 11, n. 3, 590-604. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5212/PraxEduc.v.11i3.0004. Acesso em: 22 de dez. 2022.
DOLL JR., William. Currículo: uma perspectiva pós-moderna. Trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e Estratégia Socialista: por uma política democrática radical. São Paulo: Intermeios, 2015.
LOPES, Alice. Casimiro. Normatividade e intervenção política: em defesa de um investimento radical. In: LOPES, Alice. Casimiro; DE MENDONÇA, Daniel. A teoria do discurso de Ernesto Laclau: ensaios críticos e entrevistas. São Paulo: Annablume, 2015. p. 117-147.
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo. São Paulo: Cortez, 2011.
MACEDO, Elizabeth. Base Nacional Curricular Comum: novas formas de sociabilidade produzindo sentidos para educação. Revista E-Curriculum, v. 12, n. 3, p. 1530-1555, out/dez, 2014. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/21666 Acesso em: 22 de dez. 2022.
MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra. Ensino de biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo, SP: Cortez, 2009.
PIMENTEL JÚNIOR, Clívio. Demandas discursivas regulatórias para “fazer a BNCC sair do papel” no Oeste da Bahia. Roteiro, v. 46, p. e23806, 2020a. Disponível em: https://doi.org/10.18593/r.v46i0.23806. Acesso em: 22 de dez. 2022.
PIMENTEL-JÚNIOR, Clívio. Demandas Identitárias nas Políticas de Currículo para o Ensino das Ciências. Revista Atos de Pesquisa em Educação, v. 15, n. 1, p. 94-119, 2020b. Disponível em: https://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2020v15n1p94-119. Acesso em: 22 de dez. 2022.
PIMENTEL-JÚNIOR, Clívio. Base Nacional Comum Curricular no Oeste da Bahia: políticas da tradução em relatos de professores. Currículo sem Fronteiras, v. 21, n. 2, p. 901-923, maio/ago. 2021a. Disponível em: http://dx.doi.org/10.35786/1645-1384.v21.n2.22. Acesso em: 22 de dez. 2022.
PIMENTEL-JÚNIOR, Clívio. Deslocamentos discursivos e as competências das Ciências da Natureza na BNCC: contingência, precariedade e a impossibilidade de um “todos” para o currículo. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 14, n. Especial, p. 1-13, 2021b. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/60459. Acesso em: 5 de jan. 2023.
PIMENTEL-JÚNIOR, Clívio. Relação sujeito/conhecimento nas políticas de currículo da educação em ciências dos últimos tempos: contribuições pós-estruturais ao debate. Educar em Revista, v. 38, e84955, 2022. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/84955/48166. Acesso em: 04 de jan. 2023.
PINAR, William; REYNOLDS, William; SLATERRY, PAtrick; TAUBMAN, Peter. Understanding curriculum: an introduction to the study of historical and contemporary curriculum discourses. New York: Peter Lang, 1995.
PINAR, William. A equivocada educação do público nos Estados Unidos. In: GARCIA, Regina Leite; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Currículo na contemporaneidade: incertezas e desafios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2012. p. 153-174.
SCHEINER, S. M. Toward a conceptual framework for biology. The Quarterly Review of Biology, v. 85, n. 3, p. 293-318, 2010. Disponível em: https://www.journals.uchicago.edu/doi/abs/10.1086/655117. Acesso em: 5 de jan. 2023.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.