Anne Fausto-Sterling e o espectro de sexo/gênero contribuições para a educação em ciências e biologia

Conteúdo do artigo principal

Bruno Tavares
Mariana Brasil Ramos
Adriana Mohr

Resumo

É crescente o número de publicações sobre gênero na área de pesquisa em Educação em Ciências e Biologia. Contudo, são poucos os estudos teóricos que tratam do tema, e mais ainda, aqueles que abordam perspectivas epistemológicas feministas. Portanto, nosso objetivo é apresentar e discutir algumas contribuições teóricas sobre sexo/gênero para o ensino de Ciências e Biologia, a partir dos estudos de Anne Fausto-Sterling. Ressalta-se que a noção de sexo/gênero como espectro proposta pela autora é relevante para problematizar os binários rígidos macho-fêmea ou homem-mulher, auxiliando na construção de um ensino de Ciências e Biologia alinhado às diversidades corporais, sexuais e de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Tavares, B., Ramos, M. B., & Mohr, A. (2021). Anne Fausto-Sterling e o espectro de sexo/gênero: contribuições para a educação em ciências e biologia. Revista De Ensino De Biologia Da SBEnBio, 14(1), 410–426. https://doi.org/10.46667/renbio.v14i1.494
Seção
Dossiê Temático - Gênero, Sexualidade e Ensino de Biologia - entre práticas
Biografia do Autor

Bruno Tavares, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Licenciado em Ciências Biológicas - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT/UFSC) - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Mariana Brasil Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 

Doutora em Ciências (Ensino e História de Ciências da Terra) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professora Magistério Superior - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Adriana Mohr, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutora em Educação (Ensino em Ciências Naturais) - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora titular - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Referências

AINSWORTH, Claire. Sex redefined. Nature, v. 518, 2015.

BANDEIRA, Lourdes. A contribuição da crítica feminista à ciência. Revista Estudos Feministas, v.16, n.1, p. 207-228, 2008.

BASTOS, Felipe. “A diretora sabe que você está trabalhando isso na sala de aula?”: diversidade sexual e ensino de ciências. 2015. 180 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, Rio de Janeiro, 2015.

BASTOS, Felipe. “Eu fico meio sem saber como eu vou falar isso assim, do nada”: currículo, diversidade sexual e ensino de biologia. In: TEIXEIRA, Pedro Pinheiro; OLIVEIRA, Roberto Dalmo Varallo Lima de; QUEIROZ, Glória Regina Pessôa Campello (Org.). Conteúdos cordiais: biologia humanizada para uma escola sem mordaça.São Paulo: Editora Livraria da Física, 2019.

BASTOS, Felipe; ANDRADE, Marcelo. “Ser mulher não tem a ver com dois cromossomos X”: impactos da perspectiva feminista de gênero no ensino de ciências. Revista Diversidade e Educação, v.4, n.8, p. 56-64, 2016.

BOTELHO, João Francisco. Teoria dos sistemas de desenvolvimento e autopoiese. In: COFRE, Jaime; SAAFELD, Kay. Discussão de novos paradigmas: vida, embriologia e evolução. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 4 ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2018.

CARVALHO, Fabiana Aparecida de. Sexos, sexualidades e gêneros: uma contribuição das teorizações feministas para a discussão dos limites das explicações e categorizações biológicas. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, v. 13, n. 1, p. 223-242, 2020.

CHANTER, Tina. Gênero: conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2011.

CITELI, Maria Teresa. Fazendo diferenças: teorias sobre gênero, corpo e comportamento. Revista Estudos Feministas, v.9, n. 2, p. 131-144, 2001.

COELHO, Leandro Jorge; CAMPOS, Luciana Maria Lunardi. Diversidade sexual e ensino de ciências: buscando sentidos. Ciência & Educação, Bauru, v. 21, n. 4, p. 893-910, 2015

CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Teóricas, teóricos e teorias de gênero. In: CONNELL, Raewyn; PEARSE, Rebecca. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015.

FAUSTO-STERLING, Anne. The five sexes. The Sciences, v. 33, n.2, p. 20-24, mar./apr. 1993.

FAUSTO-STERLING, Anne. The five sexes, revisited. The Sciences, v.40, n.4, p. 18-23, jul./ago. 2000a.

FAUSTO-STERLING, Anne. The sex/gender perplex. Studies in History and Philosophy of Science, v. 31, n. 4, p. 637–646, 2000b.

FAUSTO-STERLING, Anne. Dualismos em duelo. Cadernos Pagu, n.17-18, p.9-79, 2002.

FAUSTO-STERLING, Anne. Sex/Gender: biology in a social world. Nova Iorque: Routledge, 2012.

FAUSTO-STERLING, Anne. Gender/sex, sexual orientation, and identity are in the body: how did they get there? The Journal of Sex Research, p. 1-27, 2019a.

FAUSTO-STERLING, Anne. Gender/sex, sexual orientation, and identity are in the body: how did they get there? 2019b. (1h18m01s). Disponível em: https://youtu.be/ZIRmOJeMSrI . Acesso em: 16 ago. 2020.

GIFFIN, Karen Mary. Produção do conhecimento em um mundo “problemático”: contribuições de um feminismo dialético e relacional. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v.14, n.3, p. 635-653, 2006.

GÓES, Juliana. Ciência sucessora e a(s) epistemologia(s): saberes localizados. Revista Estudos Feministas, v.27, n.1, p. 1-10, 2019.

HEERDT, Bettina et al. Gênero no ensino de ciências publicações em periódicos no Brasil: o estado do conhecimento. ReBECEM, Cascavel, PR, v.2, n.2, p. 217-241, 2018.

IMPERATO-MCGINLEY, Julianne; ZHU, Yuan-Shan. Androgen and male physiology the syndrome of 5α-reductase-2 deficiency. Molecular and Cellular Endocrinology, n.198, p. 51-59, 2002.

JAGGAR, Alison Mary; BORDO, Susan. Gênero, corpo, conhecimento. Rio de Janeiro: Rosa dos Ventos, 1997.

KELLER, Evelyn Fox. The mirage of a space between nature and nurture. Duke University Press: Durham & London, 2010.

KETZER, Patricia. Como pensar uma Epistemologia Feminista? Surgimento, repercussões e problematizações. Argumentos, v. 9, n. 18, Fortaleza, 2017.

MELO, Andréa Silene Alves Ferreira. Operação “pente fino”: um levantamento das publicações sobre gênero, sexualidade e corpo nos ENPEC. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS - ENPEC, 11., 2017. Florianópolis. Anais.... Florianópolis: ABRAPEC, 2017. 1-9.

NICHOLSON, Linda. Interpretando gênero. Revista Estudos Feministas, v. 8, n.2, p. 9-41, 2000.

NUCCI, Marina Fisher. Crítica feminista à ciência: das “feministas biólogas” ao caso das “neurofeministas”. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, n. 26, v.1, 2018.

NUCCI, Marina Fisher. Neurocientistas feministas e o debate sobre o “sexo cerebral”: um estudo sobre ciência e sexo/gênero. Em construção: arquivos de epistemologia histórica e estudos de ciência, n. 5, p. 37-49, 2019.

PEREIRA, Zilene Moreira; MONTEIRO, Simone. Gênero e sexualidade no ensino de ciências no Brasil: análise da produção científica. Contexto & Educação, v. 30, n. 95, 2015.

PROENÇA, Amanda Oliveira et al. Tendências das pesquisas de gênero na formação docente em ciências no Brasil. Química Nova na Escola. v. 41, n. 1, p. 98-107, 2019.

RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: GROSSI, Miriam Pillar; PEDRO, Joana Maria. (Org.) Masculino, feminino, plural: gênero na interdisciplinaridade. Florianópolis, Ed. Mulheres, 1998.

ROUGHGARDEN, Joan. Evolução do gênero e da sexualidade. Londrina: Editora Planta, 2005.

SAX, Leonard. How common is intersex? A response to Anne Fausto-Sterling. The Journal of Sex Research, v. 39, p. 174-178, 2002.

SCHIEBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Bauru, SP: EDUSC, 2001.

SOUZA, Leandro Corsico; DINIS, Nilson Fernandes. Discursos sobre homossexualidade e gênero na formação docente em biologia. Pro-Posições, v. 21, n. 3 (63), p. 119-134, 2010.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.