A invenção do microscópio e o despertar do pensamento biológico um ensaio sobre as marcas da tecnologia no desenvolvimento das ciências da vida
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O microscópio não foi apenas fruto da inteligência e engenhosidade humana, mas um verdadeiro e poderoso exemplo de como aparatos técnicos transformaram o conhecimento e a cultura. O instrumento, nascido do espírito de mecanização do universo e também em resposta a necessidades da vida prática, tardou a se tornar uma ferramenta de observação científica e só o fez pelas peculiares mãos de um indivíduo sem formação científica. O microscópio ajudou a libertar a Biologia das amarras do fisicismo mecânico e contribuiria para torná-la uma ciência imprescindível na explicação do mundo. Entre os séculos 17 e 19, toda a organização das áreas de conhecimentos biológicos recebeu influência, direta ou indireta, do advento e refinamento do microscópio e de seus resultados. E mais do que revelar os mundos que se mantinham inacessíveis aos sentidos humanos, olhar e ver pela(s) lente(s) do microscópio tornou possível a produção de novas realidades sobre as quais ciência iria se debruçar.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Referências
ABRANTES, P. C. Introdução: o que é a filosofia da biologia?. In: ABRANTES, P. C. (Org.). Filosofia da biologia. Porto Alegre: Artmed, 2011. p.11-36.
BENNETT, J. A. The mechanics´ philosophy and the mechanical philosophy. History of Science, v.24, 1986.
BRAGA, M.; GUERRA, A.; REIS, J. C. Breve história da ciência moderna: das máquinas do mundo ao universo-máquina (séc. XV a XVII). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
BRAGA, M.; GUERRA, A.; REIS, J. C. Breve história da ciência moderna: das luzes ao sonho do doutor Frankstein (séc. XVIII). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
CALUZI, J. Ciência sob um novo olhar. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, n. 324, abr. 2015.
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 2004.
DELATTRE, P. Teoria e modelo. In: Enciclopédia Einaudi, v. 21. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1992. p. 223-287.
EL-HANI, C. N. Uma ciência da organização viva: organicismo, emergentismo e ensino de biologia. In: SILVA FILHO, W. J. (Ed.). Epistemologia e ensino de ciências. Salvador : Arcadia; UCSal, 2002. p.199-244.
HACKING, I. Representar e intervir: tópicos introdutórios de filosofia da ciência natural. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
LANE, N. The unseen world: reflections on Leeuwenhoek (1677) “Concerning little animals”. Phil. Trans. R. Soc. B 370: 20140344, 2015.
MAYR, E. O desenvolvimento do pensamento biológico: diversidade, evolução e herança. Brasília: UnB, 1998.
McLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 1964.
MOSLEY, M.; LYNCH, J. Uma história da ciência: experiência, poder e paixão. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
POSTMAN, N. Tecnopólio: a rendição da cultura à tecnologia. São Paulo: Nobel, 1994.
RONAN, C. A. História ilustrada da ciência - volume III: da renascença à revolução científica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
ROSSI, P. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
ROTHBART, D. Philosophical instruments - minds and tools at work. Illinois: Univ. of Illinois, 2007.
SIMMONS, J. Os 100 maiores cientistas da história: uma classificação dos cientistas mais influentes do passado e do presente. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002.