O ensino de Ciências da Natureza nas versões da Base Nacional Comum Curricular, mudanças, disputas e ofensiva liberal-conservadora
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Resumo
Analisamos a Base Nacional Comum Curricular como política de Estado, a participação privilegiada da associação de grupos empresariais brasileiros - Movimento Pela Base -, o cenário de crise política e sua influência no processo de formulação da BNCC. Tomada como um “objeto vivo”, a Base foi compreendida em seu movimento histórico de disputas, o que nos levou ao objetivo central deste trabalho, de estabelecer o quadro geral de mudanças na disciplina Ciências da Natureza nas quatro versões do documento. Partimos de algumas hipóteses que se concretizaram: não houve renovação/inovação na área; prevalece o conservadorismo pari passu ao processo de vinculação da educação, em geral, e da educação científica, em particular; aos interesses de associações monopolistas voltadas a educação.
Palavras-chave: monopólios na educação, escola do Estado, conservadorismo, Ciências da Natureza.
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