Sexos, sexualidades e gêneros uma contribuição das teorizações feministas para a discussão dos limites das explicações e categorizações biológicas

Conteúdo do artigo principal

Fabiana Aparecida de Carvalho

Resumo

O objetivo deste ensaio é discutir a centralidade dos gêneros e as contribuições ou limitações do campo semântico/científico da biologia e da cultura para definir categorias como gênero, sexualidades e sexo. Para tanto, ancora-se em teorizações advindas das epistemologias feministas e pós-críticas para apresentar/deslocar alguns enunciados sobre sexos e gêneros e pensá-los em sua ordem discursiva, ou seja, em como suas definições ou linguagem específica abrangem ou aprisionam outros significados e circunstanciam, muitas vezes, uma biologia normativa e determinística. Tal problematização também apresenta críticas sobre o entendimento binário dos sexos/gêneros, enfatizando modelos diferenciados lidos por biólogas feministas que criticam os entendimentos que se valem da biologia para construir sentidos sobre nossos corpos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Carvalho, F. A. de. (2020). Sexos, sexualidades e gêneros: uma contribuição das teorizações feministas para a discussão dos limites das explicações e categorizações biológicas. Revista De Ensino De Biologia Da SBEnBio, 13(1), 223–242. https://doi.org/10.46667/renbio.v13i1.313
Seção
Ensaios
Biografia do Autor

Fabiana Aparecida de Carvalho, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação - Universidade Estadual de Maringá.  Maringá, PR - Brasil.  Professora Assistente - Universidade Estadual de Maringá.  Maringá, PR - Brasil.

Referências

BRITZMAN, D. Curiosidade, sexualidade e currículo. In: LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogia da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. p.83-112.

BUTLER, J. Cuerpos que importan. Buenos Aires: Páidos, 2012.

CARVALHO, F. A. de. Os discursos biológicos na educação para os gêneros – as sexualidades – e as diferenças: aproximações e distanciamentos. 2018. 223 f. Tese (Doutorado em Educação para Ciência e a Matemática) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2018.

CARVALHO, F. A. de; BERTOLLI-FILHO, C. Sexualidade e educação sexual: enunciações e dispositivos nos contextos de ensino de ciências. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE CIÊNCIAS, 7., Campinas, SP, 2011. Anais... Campinas, SP: ABRAPEC/NUTES/UNICAMP, 2011. p. 1-10.

CARVALHO, F. A. de; LORENCINI-JÚNIOR, A. Os discursos biológicos para os gêneros, as sexualidades e as diferenças no Brasil: um panorama histórico. Revista Valore, Volta Redonda, n. 3 (ed. esp.), p. 575-586, 2018.

FAUSTO-STERLING, A. The Sciencies - The five sexes. New York: The New York Academy of Sciences, s/n, p. 19-25, mar. /apr., 1993. Disponível em:

https://doi.org/10.1002/j.2326-1951.1993.tb03081.x

FAUSTO-STERLING, A. Cuerpos sexuados. Barcelona: Ed. Melusina, 2006.

FAUSTO-STERLING, A. Sex / Gender: biology in a social world. Lillington: Routledge, 2012

FOUCAULT, M. A história da sexualidade I. 14. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

FURLANI, J. Educação Sexual - possibilidades didáticas. In: LOURO, G.L. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 73-91.

HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, no. 5, p. 7-40, 1995.

HARDING, S. Ciencia y feminismo. Madrid: Ed. Morata S. L., 1996.

HARDING, S. Raça: doadores universais em uma cultura vampira. In: LESSA, P.; GALINDO, D. (Org.). Relações multiespécies em rede. Maringá: EDUEM, 2017. p. 47-94.

KELLER, E. F. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu, Campinas, Unicamp, n. 27, p.13-34, jul./dez., 2006.

LAQUEUR, T. Inventando o sexo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

LIMA E SOUZA, A. M. F. Ensino de ciências: onde está o gênero? Revista Faced, Salvador, n.13, p.149-160, jan./jun., 2008.

LÖWY, I. Ciências e gênero. In: HIRATA, H. et al. (Org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Ed. UNESP, 2009. p. 40-44.

MARGULLIS, L; DORION, S. O que é sexo? Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

MOORE, H. Understanding sex and gender. In: INGOLD, T. Companion encyclopedia of anthropology. London/New York: Routledge, 1994. p. 813-830.

ROUGHGARDEN, J. Evolução do gênero e da sexualidade. Londrina: Planta, 2005.

SANTOS, L. H. dos. A biologia tem uma história que não é natural. In: COSTA, M. V. Estudos culturais em educação: mídia, brinquedo, biologia, literatura, cinema. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2000. p. 229-256.

SCHIENBINGER, L.O feminismo mudou a ciência? Bauru: EDUSC, 2001.

SCOTT, J. Os usos e os abusos do gênero. Projeto História, n. 45, São Paulo, p. 327-351, 2012.

SENKEVICS, A.S.; POLIDORO; J.Z. Corpo, gênero e ciência: na interface entre biologia e sociedade. Revista da Biologia, São Paulo, n. 9, v. 1, p. 16-21, 2012.

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.